sábado, 9 de abril de 2011

Apareceu a Margarida!


Apareceu a Margarida, clássico nacional escrito durante a ditadura militar pela ótica da Cia Trupe do Barulho.

Uma professora tirânica, reprimida sexualmente, foi um prato cheio para a Trupe do Barulho, brincar com o imaginário coletivo. Esta não era uma mestra qualquer. Desde a época do regime militar, ela confundia seus alunos. Questionando, ameaçando, abusando do poder. Dona Margarida é magnética, para atores e diretores. Quando foi escrita pelo carioca Roberto Atayde, em 1973, Apareceu a Margarida desafiou os homens de farda, no tempo em que as palavras ameaçavam mais que os canhões. Desde a estréia, coleciona sucessos. Contam que encenação de Aderbal Freire-Filho com Marília Pêra no papel-título foi magistral. Depois disso, a peça já foi montada várias vezes no Brasil e em mais de 20 países.

Com direção magistral do José Francisco Filho, Dona Margarida coloca nas mãos objetos sexuais, de tortura, boneco inflável e esqueleto que permitem que a personagem passeie por suas fantasias de sexo e poder.

José Francisco Filho resolveu fragmentar a professorinha em três atores, aliás, multiplicá-los no palco. Aurino Xavier, Flávio Luiz e eu fazíamos o mesmo papel. Além da participação especial de Jô Ribeiro, que interpretava o diretor da escola e Eduardo Japiassú como aluno em um prólogo divertidíssimo. Posteriormente Eduardo veio a me substituir como uma das “Dona Margarida".

Nenhum comentário:

Postar um comentário